O Universo de Lusca: Big Mouth: a puberdade em uma série

Atenção: o conteúdo de Big Mouth é para maiores de 16 anos e esta resenha é quase livre de spoilers.

É na adolescência que todos passamos por uma fase nada fácil: a puberdade. Hormônios à flor da pele e mudanças comportamentais desse período da vida são retratados com muito humor e descontração em Big Mouth, série adulta da Netflix criada por Nick Kroll, Andrew Goldberg, Mark Levin e Jenifer Flackett. Tratando de temas polêmicos e conturbados de adolescentes, o seriado faz críticas à sociedade de forma sarcástica. Com a primeira temporada publicada em 2017, a obra é sucesso entre os jovens, mas é boa mesmo?

A obra é baseada na pré-adolescência de Kroll e Goldberg e faz abordagens de temas complexos dessa faixa etária de maneira leve e divertida. Fixando-se na maior parte dos episódios no desenrolar das histórias de três amigos de ensino fundamental — Nick Birch, Andrew Glouberman e Jessi Gleser —, a narrativa é criativa e, às vezes, chega a ser bizarra demais. As explicações sobre questões adolescentes não são nada científicas e, na maior parte do tempo, conta com figuras fantásticas, como o Monstro Hormonal Maury — que deixa tudo ainda mais engraçado.

Foto: Netflix/divulgação da quarta temporada

Apesar da bizarrice exagerada em certos momentos, o seriado não perde o teor crítico, levando o telespectador a refletir sobre diversidade sexual, masculinidade tóxica, machismo, assédio sexual e muitos outros temas importantes da sociedade. Logo no terceiro episódio da primeira temporada, por exemplo, Andrew questiona sua sexualidade e até pensa ser gay, o que leva a diversas reflexões acerca da descoberta sexual. Não pense que esse assunto para por aí, pois no decorrer do seriado ele é trazido várias vezes em situações com outros personagens, fazendo a abordagem de um tema complexo de uma forma abrangente através de diversas perspectivas.

A pegada seriados como American Dad e Family Guy é encontrada em Big Mouth. Então, se você quer se divertir e já curte as séries mencionadas anteriormente, tem uma grande chance de gostar da criação de Kroll e companhia. Já se nunca curtiu obras desse tipo, a probabilidade maior é de que não goste mesmo. No entanto, não pode ser negado que o enredo, roteiro e tudo mais desse seriado é muito criativo e original.

P.S.: A quarta temporada foi recém-lançada e pelo que assisti continua na mesma pegada.

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