domingo, 13 de junho de 2021

Special: uma comédia com representatividade

No último dia 20, foi lançada a segunda temporada da série Special na plataforma de streaming vermelha que você bem sabe o nome. Uma criação de Ryan O'Conell, o seriado de comédia trata de um jovem gay, Ryan Hayes, com paralisia cerebral que busca o que quer da vida. Daí já deu para perceber o quão representativa a obra aparenta ser, não é? Mas será que ela é mesmo?

Primeiro, vamos falar sobre o que é representatividade. De acordo com dicionários de língua portuguesa e com o Dicionário de Política de Noberto Bobbio, representatividade é a expressão dos interesses de um grupo na figura do representante. Então, quando você vê um filme ou série e tem um personagem LGBT+, aquela obra tem uma certa representatividade para a comunidade LGBT+. Entretanto, é difícil encontrar conteúdos com protagonista gay e mais ainda quando esse personagem também é uma pessoa com deficiência. Aí que Special entra na fita!

A série de Ryan O'Conell traz episódios que narram medos, ansiedades, problemas e diversas situações pelas quais pessoas com deficiência e LGBT+ passam através do personagem protagonizado pelo próprio criador do seriado. É de se esperar que o seriado tenha sido bem escrito, pois O'Conell é ativista LGBTQ e ativista pela deficiência. E é, de fato. Tanto a primeira temporada – que tem um protagonista mais tímido, mas que não deixa de lado suas questões e particularidades – quanto a segunda temporada – que já traz o Ryan Hayes mais envolvido em relacionamentos e com atitude mais ousadas para buscar o que realmente quer – são envolventes, bastantes reflexivas e até engraçadas.

Toda a narrativa leva-nos a pensar sobre o convívio com pessoas diferentes na sociedade. Inclusive, cheguei a me perguntar se eu seguia pessoas com deficiência e LGBTQ+ nas redes sociais e... Não, não seguia. No entanto, despertado pelas percepções do seriado, fui em busca de perfis de pessoas que trouxessem os temas da série e encontrei: @ivanbaronn, "influenciador da inclusão", como ele mesmo se descreve; @afrofisico, físico e divulgador científico que combate a LGBTfobia; @cienciaforadoarmario, página do Dr. Daniel Carvalho dedicada a assuntos da ciência e do mundo LGBT+. Essas são apenas algumas das diversas páginas que você pode encontrar no Instagram (e também em outras mídias sociais) que tratam de temáticas relacionadas com abordagens feitas em Special.

Assim, a comédia de Special traz uma representatividade que desperta questionamentos sobre viver com pessoas diferentes, como o que foi despertado em mim. Então, essa obra de  O'Conell está longe de não ser representativa. É um programa que vale a pena assistir tanto para se dar boas gargalhadas quanto para refletir sobre nossa sociedade.


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Espero que tenha gostado desse textinho e até a próxima! :)

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