Caminhei alguns metros pelas ruas do bairro onde eu estudava para pegar o expresso que me levava até meu bairro, o 333. Chegando na parada, sentei-me numa cadeira que havia ali. Eram 16:00 naquele momento. Meu objetivo era simples: pegar o 333 e não passar pelo terminal, chegando mais rápido em casa. Só não contava com uma coisa: o ônibus não chegava!
Cada vez ficava mais tarde e o livro nem era mais tão interessante. Queria mesmo era chegar em casa e tomar um banho para, finalmente, descansar. Naquela parada passavam muitos ônibus para o terminal. Eu podia pegar um deles. Mas já eram 17:00 e, como tinha esperado isso tudo, meu orgulho não me deixava pegar outro ônibus. Agora tinha que ser aquele expresso! Não era mais questão de chegar mais rápido e sim de orgulho ferido. Afinal: rezava a lenda que ele ainda passava ali; só não sabia de quanto em quanto tempo, se era de década em década ou de século em século. Aquilo realmente parecia uma eternidade, contudo eu não desistia.
Em certo momento a parada tinha ficado estranha. Havia poucos por ali e aquele local era conhecido por assaltos. Aí já viu, né? Vêm as neuroses me atormentar. "Será que eu seria assaltado e morto, esperando logo o infeliz expresso 333?", pensava isso ou algo do tipo constantemente. E nem falo de como estava a ansiedade por aquele ônibus. "O motorista deve estar vindo carregando o ônibus nas costas. Só pode!", coisas assim também vinham ao pensamento.
Eram 17:44, quando, enfim, o expresso 333 chegou para a minha felicidade. Confesso que nunca fiquei tão feliz quanto nesse dia simplesmente pegando o ônibus que me levava até meu bairro. Mas dizem que a alegria de pobre dura pouco, não é? Pois é. Nesse dia não fui assaltado na parada, no entanto sofri isso dentro do ônibus.
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Obrigado por ler essa crônica até aqui!
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Até a próxima ;)
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