quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Que seja novo

Acordei, enfim acordei de uma noite tranquila de sono. Mas um sentimento de tristeza, logo pela manhã, floresceu em mim. Não entendia muito bem o porquê. Liguei a tevê para ver se algo me alegrava, porém, só agravou o triste momento. Ainda não entendia de onde vinha toda essa amargura. Então, pensei em uma solução: "Um banho, quiçá melhore isso."

Fui ao meu quarto, peguei a toalha e fui ao banheiro. Era lá que eu tirava as impurezas dessa vida. Liguei o chuveiro. Assim, a água começou a cair, as gotículas começaram a cair suavemente em meu corpo. E eu ficava ali, debaixo do chuveiro. Aquele sentimento, impuro, aos poucos parecia ir embora, ir em boa hora, ir quando nunca devia ter vindo. Era manhã e o noticiário da tevê, que tinha ligado há alguns instantes, só passava tragédias. Achava, eu, que um banho levasse as amarguras. Achava, eu, que, naquelas águas, as impurezas sempre tinham de ir. Ir, sobretudo para bem longe.

Desliguei o chuveiro. E, agora, ia me enxugar. Aquilo já tinha passado. O noticiário já tinha passado. Mas a tragédia... a tragédia, por um momento, parecia ter passado, mas, no nosso mundo, ela nunca é passado, e sim presente do indicativo. Não que seja presente, porém, triste realidade. Estava coberto por uma toalha, enquanto pensava isso. Talvez, ela me protegesse de toda essa imundice, talvez... Então, saí do banheiro e vi minha mãe, sentada, assistindo àquela TV.

Em passos pequenos, fui ao meu quarto e coloquei uma música, não para esquecer disso, mas para me lembrar. Aquele sentimento tinha ido embora, e, agora, só faltava florescer um novo sentimento, algo que fosse bom, que fosse novo. Só tinha mais uma coisa: eu não queria o pretérito imperfeito, mas o presente, a mudança no agora que construiria o amanhã. Por fim, em frente a um espelho, pensei: "Dias novos hão de vir, dias novos hão de vir."


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