domingo, 9 de agosto de 2020

Dark, uma série difícil de entender

Esta resenha contém poucos spoilers e foi pensada para quem está pensando em assistir Dark e para quem não entendeu muito bem :)

Dark é uma série alemã de 3 temporadas, original da Netflix e nada fácil de entender. O enredo, criado pelos renomados Baran bo Odar e Jantje Frie, passa na cidadezinha fictícia de Winden, na Alemanha, onde quatro famílias desvendam um mistério de viagem no tempo que abrange várias gerações. Com muito drama, suspense e fantasia científica, os episódios geram várias reflexões. Mas, será que vale a pena assistir?


A história começa com o protagonista Jonas retornando a sua antiga escola, da qual tinha dado um tempo porque seu pai, Michael, tinha se suicidado e, devido a isso, ele passou por um tratamento psicológico. Até aí é só uma ficção qualquer. No entanto, tudo começa a complicar quando eles têm a brilhante ideia de ir a uma caverna procurar drogas e adivinha quem estava com o grupo: o irmão menor de Martha, Mikkel. E sabe como menino pequeno é danado pra desaparecer, não é? Pois é o que aconteceu!

A narrativa desenvolve-se em três períodos (1953, 1986 e 2019-2020), pois a caverna possibilita a viagem no tempo em 33 anos para o passado ou para o futuro. Antes de você perguntar se existem máquinas do tempo na original da Netflix, existem sim, fique despreocupado. Com essas possibilidades de viagens, você vai acabar vendo os personagens em três momentos: infância, vida adulta e velhice. E o que aconteceu com o menino Mikkel?

Bom, essa é uma pergunta fácil de responder, mas a série nos leva a muitas perguntas realmente difíceis de serem respondidas. As traições, os relacionamentos complicados, as reviravoltas e o determinismo dessa produção trazem à tona reflexões cada vez mais profundas. Na análise feita pelo canal do YouTube Purkleur, ficou evidente a influência da filosofia de Schopenhauer, a que diz que "o homem é livre para fazer o que quer, mas não para escolher o que quer" nas palavras do próprio filósofo, no enredo de Dark. E, se você for assisti-la, vai acabar se questionando se somos realmente livres ou se tudo está pré-determinado, a possibilidade de existência de outras realidades, além de tantas outras crises existenciais.

A atuação, os cenários e as cenas são incríveis. Entretanto, nem tudo é perfeição. A Dra. em física Gabriela Bailas deixa claro em seu vídeo "A Ciência de Dark" que os diretores usaram alguns termos físicos com gritante falta de precisão, como buraco de minhoca, buracos negros, energia escura e outros. Claro, por ser uma obra artística, os autores têm total liberdade para pôr o que bem entenderem, mas bem que poderiam usar as terminologias certas.

Diante de tudo isso, algumas pessoas não vão se interessar pela proposta da série, enquanto outras vão amar. E nem vem dizer que "é só pra gente inteligente", pois os roteiristas pensaram os episódios para que qualquer um entenda. Você pode ter alguma dificuldade, mas dá para entender. E, se você não entendeu nada daquele monte de acontecimentos dos episódios confusos, assim como eu, você pode dar uma olhada nisso:
 - "O guia para entender 'Dark' e conversar com os amigos", matéria da jornalista Beatriz Amendola no Uol com muitos spoilers.
- O guia oficial de Dark, que fala sobre cada personagem e família da série.

Nesta resenha, mencionei:
- "Dark... é complicado", vídeo publicado no canal do YouTube Purkleur que leva em consideração as muitas reflexões que o enredo nos levam;
- "A Ciência de Dark", análise crítica do que há de ciência na série no canal do YouTube "Física e Afins" da Dra. Gabriela Bailas.


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Bem que o Spotgeek, parceiro oficial do blog e podcast O Universo de Lusca, poderia fazer um videozinho falando sobre Dark, hem? Por enquanto, dê uma conferida no trabalho deles clicando aqui. Já tem uns vídeos legais que relacionam filosofia e culturas nerd, geek e pop.
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Espero que tenha gostado e até a próxima! :)


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