quarta-feira, 17 de agosto de 2016

As ruínas do capitalismo

Voltava da aula no sol escaldante das 12. Tinha acabado de estudar geografia e todo aquele assunto sobre desigualdade social. Caminhava rapidamente, como sempre. Observava a rua a fim de analisar as relações humanas. De repente, vi um catador. Ele estava isolado. Era como se ninguém o visse. Me perguntei: "Como ele conseguia permanecer ali, fazendo aquele trabalho menos favorecido, em verdade, MUITO MENOS. Como?". Não conseguia compreender.

Tristemente, não se pode negar um fato: "Neste mundo movido por capital, sempre estamos vivendo uma grande competição. Às vezes, por sobrevivência." - pensei. Já tinha passado do lugar onde estava o pobre catador, mas voltou à imagem do catador, no sol escaldante. Talvez tenha sido a "crise" a qual o país vive que fez ele estar ali. Mas não estou falando de uma crise qualquer, e sim da crise da escolaridade. O Brasil não dá a merecida importância para a educação.

Quem sabe, em algum momento longe desse, o pobre não teve chances. Talvez, ele as desperdiçou com coisas bobas. Talvez, não se sabe, ele não aprendeu rápido demais com o mundo cruel onde colocamos nossas crianças.

O mundo nos ensina. É o que a gente espera. Mas algo nos é transmitido: poder é o que importa - a verdade capitalista e mundial. Pobreza? Ninguém se importa! Falta de oportunidades ou falta de desenvolvimento mundial? Ninguém liga também. Quando isso dá lucro, fazem é incentivar.

A verdade é que eu me senti o catador, quando imaginei que também fomos explorados devastadoramente no período colonial. Fomos explorados pelo mesmo sistema que explora o catador no sol escaldante e que começava a crescer na época na qual o Brasil era uma colônia. Enfim, a verdade é que sempre fomos catadores desapercebidos.

"(...)
Quem me dera, ao menos uma vez, (...)
Acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes
(...)." - Índios, Renato Russo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário